sábado, 19 de julho de 2008

Susan Sontag: extratos de Contra a interpretação, 1.

 

Seguem aqui umas passagens que assinalei na leitura que fiz em 1988 do livro de Susan Sontag. Como não tenho todo o tempo do mundo (principalmente agora, durante o XXVI Festival de Dança de Joinville, vou começar pelo final do livro e, aos poucos, acrescentarei as dos outros capítulos.

 
Uma cultura e a nova sensibilidade1

  • A arte não progride no sentido da ciência e da tecnologia. (340)
  • O que testemunhamos não é tanto um conflito de culturas quanto a criação de um novo tipo de sensibilidade (potencialmente unitário). (341)
  • A arte hoje é um novo tipo de instrumento, um instrumento para modificar a consciência e organizar novos modos de sensibilidade. (341)
  • (...) os artistas tiveram de se tornar estetas conscientes: desafiando continuamente seus recursos, seus materiais, seus métodos (341)
  • Na realidade, não pode haver divórcio entre ciência e tecnologia, de um lado, e arte, do outro, assim como não pode haver divórcio entre a arte e as formas da vida social. (344)
  • Tipicamente, apenas certos artistas em dada época "possuem os recursos e a temeridade de viver em contato imediato com o ambiente de sua época. (...)" (341. A citação é de McLuhan.)
  • A nova sensibilidade entende a arte como extensão da vida. (345)
  • Ela [a arte] se tornou menos exagerada e o que sacrifica emtermos de explicitação discursiva ganha em precisão e força subliminar. (345)
  • (...) nós somos o que somos capazes de ver (ouvir, tocar, cheirar, sentir) inclusive mais forte e mais profundamente do que somos o conjunto das idéias que armazenamos em nossa cabeça. (345)
  • É [a grande obra de arte], antes de mais nada, um objeto que modifica nossa consciência e sensibilidade, alterando, ainda que ligeiramente, a composição do húmus que nutre todas as idéias e sentimentos específicos. (346)
  • (...) as novas linguagens faladas pela arte interessante do nosso tempo são frustrantes para as sensibilidades da maioria das pessoas instruídas. (349. Grifo meu.)
  • A nova sensibilidade é provocadoramente plurarista; voltada ao mesmo tempo para uma torturante seriedade e para o divertimento, a ironia e a nostalgia. (350)

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(1) SONTAG, Susan. Contra a interpetação. Porto Alegre: L&PM, 1987. p.338-350.[voltar]

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